A notícia do dia anterior foi que encontramos duas boas embarcações para continuar; em especial uma com uma grua robusta capaz de levantar e levar o Wave Glider para o mar. O outro um barco mais pequeno apto para o lançamento e recuperação do AUV do mar. Lembrem-se que foi depois de uma breve interrupção devido ao mau tempo e sem barco funcional que nos obrigou a ficar em terra.

Domingo de manhã, às 4h30 um grupo partiu para lançar o Wave Glider. Ao chegar a Olhão, na doca, ao pobre Diplodus ainda encalhado, fomos buscar ferramentas ao armazém do IPMA e esperamos pela embarcação para no levar. Precisamente à hora combinada o Cobecho Primero apareceu. Com uma tripulação de duas pessoas, mestre incluido, sem o contra-senso do enraizado estilo de negócios marítimos Português. A popa do navio foi presa entre outras duas, Diplodus incluído, a grua foi activada e com Artur no comando, içamos o abandonado Wave Glider Hermes para o novo convés. Em 10 minutos, não só terminamos a manobra como estávamos já a navegar no canal de Olhão. Em 45 minutos chegamos ao local pretendido. O mestre da embarcação olhou em volta e sugeriu que o lançamento fosse feito a outras 2 milhas náuticas devido às redes e esquipamentos de pesca e, assim fomos mais para além da costa. Artur e Kanna em constante comunicação com o pessoal da Liquid Robotics, em Sunnyvale, Califórnia. Uma breve paragem, o mestre da grua, Francisco e João Pereira, guiados por Artur colocaram o Hermes em mar aberto, Artur puxou a tranca que liga o flutuador ao hidroplanador soltando o mecanismo de propulsão e lá foi o Hermes! Finalmente.

Aqui está o planos do que formulamos para este dia com o lançamento do Wave Glider:

• 4h50: JP leva MF até ao aeroporto de Faro com AZ, KR, FLo. Do aeroporto, leva a equipa do WG para as docas de Olhão.
• 6h15: JG deixa a equipa do WG em Olhão e volta para a quinta por volta da 7h.
• 8h: WG transferido da embarcação do IPMA para o navio de lançamento do WG (http://www.shipspotting.com/gallery/search.php?search_title=Cobecho%20Pr...) complete
• 9h15: Chegada da tripulação para lançamento do WG ao posto de lançamento para lá da boca do canal de Olhão, em mar aberto a 10m isóbata como combinado com a LRI
• 9h45 : Lançamento do WG começa depois de todas as verificações
• 11h30: Lançamento completo do WG termina; equipa começa a viagem de regresso para as docas de Olhão.
• 13h : Equipa do WG de volta à quinta à qual se junta JG para comunicação com ambas as equipas UAV e AUV na costa.

• 8h30: WG lançado
• 9h15am : Equipa WG de volta às docas

Eficiência quando trabalhamos com marinheiros Portugueses profissionais!

Entretanto, a equipa de marcação estava na rede de pesca de atum e recolheram alguns Mola para aumentar o stock de “backup” que temos no tanque na costa. Sem surpresas, alguns Mola não estavam muito saudáveis uma vez que estavam presos na rede sem alguém que os libertasse. Por isso não houve marcações.

Entretanto, a equipa UAV também conseguiu fazer alguns voos de teste com o X8 (04) que ainda não tinha voado. Alguns voos depois voltaram para a quinta, com o vento a levantar.

A equipa AUV que saiu teve mais alguma sorte. Não só saíram num barco mais pequeno (alugado) e rápido, como conseguiram fazer lançamentos bem-sucedidos, e sem Mola para seguir, fizeram alguns mapeamentos (500m X 500m e 1km X 1km) em torno do Wave Glider. Mais importante, reconheceram visualmente um gradiente térmico e conseguiram fazer o seu veículo atravessa-lo, logo a seguir ao Wave Glider, permitindo o cruzamento de medidas da coluna de água. Isto foi bom trabalho da sua parte!

Com o trabalho feito, as pessoas começaram a aparecer na quinta. Incluindo um visitante de Lisboa, Prof. Pedro Graça do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Pedro é um cientista social e trabalha na compreensão da política científica relativa aos oceanos. João e Kanna contribuíram recentemente para uma monografia editada por ele sobre políticas e estratégias para Portugal. Ele veio entrevistar ambos para um pequeno documentário e estava curioso por compreender experiências de campo como esta funcionam e que impactos se esperam que tenham. Foi-lhe mostrada a casa e os “brinquedos” que aqui temos. Depois Pedro e Kanna juntaram-se a João, acabado de chegar do mar, em Olhão para filmagens e sessão fotográfica que demorou algum tempo (graças ao metal do navio a interferir com microfones sem fios).

O fim do dia veio com a chegada do nosso íltimo membro, Frederil Leira da Noruega and e que outra coisa que não comida Portuguesa? A isto seguiu-se uma ida para a cama cedo (por volta das 23h30).