Finalmente o primeiro mapeamento em torno de um peixe-lua! E a busca de um local para lançar o UAV na costa.

13 Maio 2014

Finalmente o primeiro mapeamento em torno de um peixe-lua! E a busca de um local para lançar o UAV na costa.

A bordo do NRP Argos depois de recuperar o Xplore-1 depois de 2.5 mpaeamentos em torno de um peixe –lua com um marcador ARGOS.
Zé e João à direita a discutir uma abordagem reativa a múltiplas posições de Molas, no NRP Argos. Um membro da tripulação observa..
Zé a estudar a sua consola Neptus no NRP Argos e a tentar perceber o tempo de transmissão do Xplore de um mapeamento para o outro enquanto faz um ioiô. O trajeto de ioiô é importante uma vez que atravessa o trajeto que os Molas têm seguido nos últimos dias após a libertação depois de serem marcados.
O lançamento e recuperação no NRP Argos é único, e envolve um bote. Aqui o bote sai para recuperar o veículo das águas azuis do Algarve que mais “pareciam um lago”.
Tripulação de recuperação do AUV ao final do dia no NRP Argos. Os rumores dizem que a recuperação foi uma operação tão aliciante que houve considerável competição para ir no bote. Ver o vídeo abaixo.
O NRP Argos com a nossa Manta amarrada no convés de popa
A zona de trabalho do NRP Argos com o lema da Marinha "A pátria honrai que a pátria vos contempla"
Membro da tripulação do NRP Argos a observar.
Entretanto na costa, a desgrenhada equipa na quinta observava o grande ecrã da consola Neptus e fazia recomendações sobre que peixe-lua seguir a quem estava no Argos. Nuno e Kanna na sala comum da quinta a falar pelo canal de chat com o Zé Pinto. Lembrem-se que, o nosso equipamento de comunicação via satélite está no Diplodus desativado; esta ligação deve-se ao longo alcance do GMS.
Enquanto a manhã passava, como contingência, Filipe, Joel e Artur saíram na carrinha re dispatched in the van to check out various areas along the coast to operate an X8 in support of ship operations. This was with the hope that the Molas might wander closer to shore (within 10km) and therefore a UAV be dispatched to provide visual confirmation. This needed the scouting to be done for appropriate launch/recovery sites. So off went our merry fellows trying to discover new places all along the Algarve to fly.
Estudante de engenharia a sistematicamente anotar potencias pontos de lançamento ao longo da costa do Algarve
… e a tentar meter a carrinha em pequenas estrada de acesso á costa. Observadores mais atentos poderiam perceber que os condutores da carrinha espanhola eram afinal portugueses!
 Enquanto isso, “no campo” Fortuna a antecipar os voos, prepara o X8
Apesar da equipa de busca ter conseguido encontrar alguns bons locais, eram longe para terem um impacto nas operações no mar, para não referir que ainda precisaríamos da autorização da autoridades costeiras antes de efetivamente voarmos. Assim decidiu-se voltar para Vila Real de Santo António para mais testes. Equipa UAV a preparar-se em Vila Real de Santo António.
Espreitadelas frequentes à consola do Neptus para acompanhar os eventos no mar e a imprevisibilidade dos Mola, mantiveram a agitação até às 3h da tarde quando as operações no Argos terminaram. Frédéric e Javier a estudar o modelo em camadas (com previsões meteorológicas) sobreposto a batimetria e trajetórias dos marcadores ao largo da costa de Olhão
Javier e Francisco continuaram a afinar os resultados modelo oceânico de forma a obter melhores previsões, e inclusive tentar validar os resultados das correntes de superfície com o que estava de facto a ser visto no mar.
O almoço foi uma pausa. Sendo isto Portugal, a comida é SEMPRE uma pausa das rigorosas atividade do quotidiano.
Mais comida! E com a desculpa legítima da celebração do aniversário do Frédéric, mais doces e comida. Desta vez enquanto se concluía o debrief do dia.

Finalmente, fomos atrás de uns nossos objetivos estimados. Na terça-feira dia 13, cortesia da Marinha Portuguesa, não só fomos para o mar, mas também seguimos um primeiro conjunto de Mola com os nossos AUVs. 2.5 mapeamentos no total, o primeiro foi uma área de 500m x 500m interrompido por um erro de navegação no Xplore-1. Dados e registo foram recolhidos e estão a ser analisados aqui e no Porto.

 Ecrã do Neptus a mostrar a área de operações. A captura foi deste dia, mas claramente mostra a trajetória dos Mola marcados ao largo da costa de Olhão.

A equipa AUV partiu muito cedo às 6h15 para conduzir até Vilamoura para entrar a bordo do NRP Argos, uma lancha rápida da Marinha Portuguesa. Este bebé movia-se a uma velocidade de 16 nós e numa hora chegamos ao local guiados pela equipa da costa que monitorizava qualquer peixe que emergisse. Para surpresa de todos dois Mola com marcadores ARGOS emergiram a cerca de 15 Km da costa de Olhão; surpresa porque muitos de nós já tínhamos desistido dos marcadores Argos e estávamos a confiar nos SPOTs para nos ajudarem na experiência. Afinal não foi assim! Melhor ainda, os Mola mergulharam algumas vezes e voltaram à tona. Peixes-lua marcados com ARGOS-163 e ARGOS-164 tinham 52 cm e 72 cm de comprimento respetivamente. Não só foi uma surpresa que os Mola maiores tenham emergido, como mantiveram-se à superfície. O 163 encontrava-se mais a Sul, e por isso a equipa de terra (Nuno e Kanna) pediram para seguir o 164 mais a noroeste e mais fácil de alcançar para o NRP Argos. E assim o fizeram. De forma sucinta, um mapeamento rápido de 500m x 500m foi executado, com todos a respirar de alívio. Melhor ainda, na noite anterior foi discutida a possibilidade de haver um “corredor de peixes lua” na área. Quando uma nova posição do 164 foi obtida a 2 Km (estes peixes podem nadar 15 km por dia!) em direção a norte-nordeste, uma linha transversal a este corredor apareceu. Da costa pediram e a tripulação agiu em conformidade e o Xplore-1 atravessou os 2 Km com um ioiô, sem dúvida a recolher informação científica valiosa. Um segundo mapeamento com maior resolução (é possível definir uma maior interpolação de pontos) de 1km x 1km foi comandado via Iridium a partir do navio pelo Zé Pinto com o T-REX, que foi devidamente executado. Por esta alturam eram quase 12h 45 com o mapeamento de 1 km a levar quase 1hora e 20 minutos.

O navio e costa comunicaram e ficou decidido que seria cientifamente apropriado recolher novas amostras tendo o mesmo peixe como alvo, tendo como base a nova posição à superfície do nosso novo amigo, o Sr Mola-164. O Argos deslocou-se um pouco mais para o lado, e o Xplore moveu-se cerca de 1km e começou o que seria o úlltimo mapeamento do dia. A cerca de 2/3 , com Zé e João a usar sinais de localização sonoros perceberam que o Xplore se dirigia na direcção a eles!!
Testes repetidos só serviram para mostrar que o veículo se aproximava cada vez mais. Não houve outra alternativa do infelizmente abortar a missão. Que eficazmente se fez. Também era quase altura de recuperar o veículo (ver o método de lançamento e recuperação no vídeo acima). Os registos estão agora a ser analisados, mas parece que sem o DVL (e distância fixa ao fundo) e erro de navegação a ocorrerem apenas com a bússola, é provável que a calibração da bússola seja a causa.

Uma palavra sobre a Marinha, herdeiros orgulhosos do legado de nações que se aventuraram nos mares. Não só o Argos era um navio soberbo para executar operações com AUVs, mas a tripulação era perspicaz, profissional e capaz de executar as coisas de forma descontraída. Essencialmente foi-nos dada permissão para fazermos o que fosse preciso para a experiência funcionar. E por isto temos muito que agradecer à tripulação deste navio, em particular ao Capitão-Tenente Madaleno Galocha, Op's Div. CN32 do Comando naval Português em Lisboa. Ele fez tudo parecer muito fácil!

Entretanto, a equipa UAV para não se sentir excluída, e também de olho na sua consola Neptus, tiveram a licença do Coordenadores da experiência para procurar o local na costa para potencialmente lançar e operar o X8 até uma alcance de 10 km sobre potencial Mola marcados. Assim foram procurar locais pelas poeirentas estradas costeiras, através de pequenos caminhos a tentar chegar à costa rapidamente. E conseguiram encontrar alguns locais. Mas o vento estava-se a levantar e Javier e Francisco alertaram a equipa para brisa na costa que poder-se-ia agravar e interromper as operações de quinta-feira. Uma vez que seria necessária a autorização da guarda costeira e seria dificilmente obtida com rapidez, a equipa UAV rapidamente reconsiderou e voltaram ao programa de voos de teste. O X8-04 rapidamente levantou voo de Vila Real de Santo António mesmo com o vento a tornar-se mais forte e a equipa Argos voltava para a doca em Olhão. Mas a natureza estava um passo à frente e depois de encontrar fortes ventos frontais, a equipa UAV com o leve X8 praticamente todo feito de isopor, decidiu arrumar as coisas e voltar a casa já o dia ia longo.

Todos se juntaram na quinta por vota das 19h para nos congratularmos pelo nosso primeiro sucesso mas com a sombra do Diplodus ainda a pairar sobre nós. Lembrem-se que a comunicação satélite está lá presa, e para voar um UAV de um navio, era o Diplodus que tínhamos preparado. Operações de UAVs a partir do Argos não são possíveis devido a restrições de espaço, mesmo que seja de longe um navio mais confortável e com um tripulação mais disciplinada.

O dia terminou com uma celebração improvisa do aniversário do Frédéric (lembrem-se que estamos em Portugal e a comida e tudo á volta dela, é uma parte importante da visa) que resultou em três bolos (não um) a serem servidos. A competição com os espanhóis por ver quem comia mais já ia avançada! E com isso retiramo-nos todos com esperança de podermos repetir a nossa pesquisa com AUVs amanhã, quarta-feira